ANTOLOGIA VIRTUAL
OLÁ! ESSA É A ANTOLOGIA
POÉTICA VIRTUAL DO I CONCURSO DE POESIAS EDMAR EUDES DE SOUSA! COMPILAMOS TODAS
AS POESIAS INSCRITAS E PUBLICAMOS NOS NOSSOS MEIOS DE DIVULGAÇÃO! AS LOGOMARCAS
ACIMA MOSTRADAS SÃO CANAIS DE DIVULGAÇÃO QUE PROMOVEM ESTE CERTAME. AS POESIAS
A SEGUIR ELENCADAS ESTÃO APRESENTADAS JUNTO AO NOME OU PSEUDÔNIMO DO AUTOR.
OBS.: Os Certificados de
Participação serão enviados aos e-mails de forma pausada, todos serão editados
e enviados aos e-mails até o dia 12 de dezembro de 2017. Por fim, agradecemos
imensamente aos inscritos no Concurso. Forte abraço!
ANTOLOGIA POÉTICA
Nossa Cultura
Mote: Preservaram a cultura nordestina
Mas mexeram demais na tradição.
Mas mexeram demais na tradição.
Não se vê as canções de Pixinguinha
Nem folclore pelo o Brasil a fora
Não se vê os poemas de Asfora
Muitos menos o grande Teixeirinha
Foi Gonzaga depois foi Gonzaguinha
Veio Anita, latino e o Safadão
Grandes músicos pra parte da nação
Que pra mim a cultura extermina
Preservaram a cultura nordestina
Mas mexeram demais na tradição.
Nem folclore pelo o Brasil a fora
Não se vê os poemas de Asfora
Muitos menos o grande Teixeirinha
Foi Gonzaga depois foi Gonzaguinha
Veio Anita, latino e o Safadão
Grandes músicos pra parte da nação
Que pra mim a cultura extermina
Preservaram a cultura nordestina
Mas mexeram demais na tradição.
Grandes nomes da arte deixam saldo
Mas o debito aumenta atualmente
Poucos jovens apreciam repente
Marines, Elomar e Reginaldo
Nem Barto nem Gilberto nem Evaldo
Esqueceram também o tremendão
A rancheira o xaxado e o baião
Cada dia que passa se elimina
Preservaram a cultura nordestina
Mas mexeram demais na tradição.
Mas o debito aumenta atualmente
Poucos jovens apreciam repente
Marines, Elomar e Reginaldo
Nem Barto nem Gilberto nem Evaldo
Esqueceram também o tremendão
A rancheira o xaxado e o baião
Cada dia que passa se elimina
Preservaram a cultura nordestina
Mas mexeram demais na tradição.
Relembrando aqui o velho pinto
Doutor Dimas Otacílio e Lourival
Três poetas de cunho universal
Que saudade assim dos três eu sinto
Mentes verves de colossal instinto
Que honraram a bandeira do sertão
Com sextilhas galopes e mourão
Postularam assim a sua sina
Preservaram a cultura nordestina
Mas mexeram demais na tradição.
Pouca gente se torna apologista
Da cultura que é um bem sagrado
Juventude preserve o que é lhe dado
Seja amante da arte cordelista
Pois repente e seresta em toda lista
Eu carrego assim em meu brasão
Sou poeta e sei que isso então
É um dom que sim já me ilumina
Preservaram a cultura nordestina
Mas mexeram demais na tradição.
Da cultura que é um bem sagrado
Juventude preserve o que é lhe dado
Seja amante da arte cordelista
Pois repente e seresta em toda lista
Eu carrego assim em meu brasão
Sou poeta e sei que isso então
É um dom que sim já me ilumina
Preservaram a cultura nordestina
Mas mexeram demais na tradição.
Neto Ferreira
Livramento - PB
Coisas juninas
Muitas coisas acontecem
Numa noite de são João
Reunião de amigos
Com o céu cheio de balão
Triangulo sanfona e zabumba
Menino soltando mijão.
O velho assando o milho
É a maior alegria
Amigos se apadrinhando
Num calor que contagia
É assim um São João
Com muita fé e alegria.
Comer canjica e pamonha
Milho cozido ou assado
Beber
a água do pote
E ficar empanzinado
Fugir de um busca pé
Num galope amedrontado.
Todo mundo reunido
Ao redor de uma fogueira
Ouvindo forró do bom
Ou fazendo brincadeira
E os olhos choramingando
Com a fumaça
da catingueira.
A moça faz adivinhação
E fica no pensamento
Pra saber se vai acabar
Com todo seu sofrimento
E implora pra Santo Antônio
Que lhe arranje um casamento.
No ambiente escolar
Também tem comemoração
Com quadrilha improvisada
Comidas e animação
Professores e alunos
Preservam a tradição.
Alunos vendendo rifa
Na barraca a paquera rola
Pega a palha de coco
Bandeira, tesoura e cola
Tudo isso é o mês de junho
Dentro de uma escola.
Lá no alto da serra
É aquele pipocar
De foguetões ou pistolas
E os traques a estourar
Cachorro fugindo pro mato
Começa logo a chorar.
No velho terreiro batido
Tem louvor e adoração
Com a bandeira no mastro
Faz-se uma oração
Rogando aos santos juninos
A divina proteção.
Tem muita coisa bonita
Pra divertir a moçada
Soltar apito gaiato
Fazer quadrilha marcada
Ou ensaiar um bom tempo
A quadrilha estilizada.
Tem uma pipoquinha quente
Cocada de amendoim
Pros que são mais calorentos
É servido um dindin
E a menina adoça a boca
Com um gostoso alfenim.
Tem casamento matuto
Com a quadrilha chegando
Um casal meio perdido
E o povo todo mangando
E o marcador só de ruim
A quadrilha vai queimando.
Até mesmo na cidade
Procurando se encontra
Uma fogueirinha acesa
Com a churrasqueira pronta
Com música ao vivo ou gravada
Dançar forró é o que conta.
Tem desfile de carroça
Com a noiva misteriosa
Passeando pelas ruas
Numa beca caprichosa
Isso é cultura junina
Que coisa maravilhosa.
Até parece que vejo
O São Pedro dos casais
Com Manoel Cícero animando
Eu não esqueço jamais
De uma época sadia
Que não volta nunca mais.
Assim é nossa cultura
Nosso jeito de viver
Vivemos nessa peleja
Pros nossos hábitos manter
O sertanejo é um forte
Não deixa sua história morrer.
Dois
‘Ouro
QUANDO CHOVE NO SERTÃO
Alegria se renova
Quando chove no sertão
O povo agradece a Deus
Com uma linda oração
Depois vai para o roçado
Pra fazer a plantação.
A nossa vegetação
Vai mudando a sua cor
O verde toma de conta
Torna tudo encantador
Representando pra nós
As graças do Criador.
Nesse processo de amor,
Vemos a chuva molhar
Nosso solo nordestino
Para podermos plantar
Trazendo meses depois
A fartura para o lar.
Léo Manuel
O fortúnio larápio
Entre os bandidos fiz a
minha aposta,
E a sina foi roubar teu coração.
De abraços, preparei grande explosão,
E eu guardei pra quando te ver exposta.
Persegui, quando a vi fiz a proposta
"Sem medo, me entregue sua paixão!"
No assalto, me armei com flores na mão.
E em teus lábios minha boca se encosta.
Nesta hora, em teus olhos fiquei perdido,
Quase esqueço que ali que eu era o bandido,
Que atingido, de amor quase morreu.
Sem notar, pensei até em ter fugido,
Afinal, eu não havia percebido
Que em teu beijo, quem foi roubado fui eu.
E a sina foi roubar teu coração.
De abraços, preparei grande explosão,
E eu guardei pra quando te ver exposta.
Persegui, quando a vi fiz a proposta
"Sem medo, me entregue sua paixão!"
No assalto, me armei com flores na mão.
E em teus lábios minha boca se encosta.
Nesta hora, em teus olhos fiquei perdido,
Quase esqueço que ali que eu era o bandido,
Que atingido, de amor quase morreu.
Sem notar, pensei até em ter fugido,
Afinal, eu não havia percebido
Que em teu beijo, quem foi roubado fui eu.
Ádamis Oliveira
Nas sombras de um soneto
Uma luz foi sumindo de repente
Todo escuro se fez pelo caminho
Ao tentar escrever em pergaminho
Apagou duma vez completamente.
Todo escuro se fez pelo caminho
Ao tentar escrever em pergaminho
Apagou duma vez completamente.
Pois os versos dançando em minha mente
Pareciam os pássaros no ninho
Ao tentar encontrar o seu cantinho
Vem dormir dentre ramos novamente.
Pareciam os pássaros no ninho
Ao tentar encontrar o seu cantinho
Vem dormir dentre ramos novamente.
As estrofes são mães amamentando
Os sonetos são filhos repousando
Dentre rimas que servem de balanço.
Os sonetos são filhos repousando
Dentre rimas que servem de balanço.
Entre sonhos que todos lhes alcançam
No papel que tão lindos versos lançam
A tua perfeição hoje te alcanço.
No papel que tão lindos versos lançam
A tua perfeição hoje te alcanço.
Dulce Esteves
Poesia
A poesia está guardada
No coração da criança
Na beleza do olhar
Na fé e na esperança
Nos momentos já vividos
Na saudade e na lembrança.
Está presente no amor
Transbordando alegria
Também na simplicidade
Na letra da melódia
E nas bênçãos do Senhor
Recebemos a poesia.
Ela está no coração
No cantar do passarinho
No saber de um idoso
Que nos transmite carinho
Nas flores de um jardim
Perfumando o caminho.
Madalena Santos
ANTES QUE SEJA TARDE
Antes
que seja tarde, eu não quero me arrepender
dos
abraços que nunca dei, do pão que não reparti,
dos
filhos que eu não amei, da família que magoei,
dos
amigos que não visitei, da mão que não estendi...
Antes
que seja tarde, eu não quero me arrepender
das
pessoas que desprezei, dos excessos que cometi,
do
silêncio que eu não fiz, das vezes em que me calei,
das
mágoas que conservei, dos perdões que não pedi...
Antes
que seja tarde, eu não quero me arrepender
da
árvore que não plantei, dos lugares que não conheci,
das
lágrimas que não chorei, dos sorrisos que não dei,
dos
apelos que não ouvi, das piadas que eu perdi...
Antes
que seja tarde, eu não quero me arrepender
das
viagens que eu não fiz, da música que não ouvi,
da
comida que não provei, da bebida que não apreciei,
dos
livros que nunca li, dos poemas que não escrevi...
Não,
eu não quero me arrepender
da
saúde que eu não cuidei, das doenças que adquiri,
de
tudo o que não aprendi, das coisas que não ensinei,
do
AMOR que não demonstrei, da VIDA que eu não vivi!...
Mônica da Silva Costa
Jacarezinho - PR
Jacarezinho - PR
O POETA
O poeta é o estilista
Que borda, corta e costura;
Das palavras faz a veste
Que reveste a formosura,
E a poesia aparece
Na perfeição da cintura.
O poeta é o artista
Que faz arte da pintura;
Do nada faz o retrato,
Das tintas tira a figura,
E a poesia retrata
A perfeição que fulgura.
O poeta é o escultor
Que molda a matéria dura;
Pelas carícias das mãos
Vai mudando a compostura,
E a poesia repousa
No corpo da escultura.
O poeta é o escritor,
Porque em sua escritura
Fala por entre as palavras
Com estilo e desenvoltura,
E a poesia passeia
Por toda a sua feitura.
O poeta é o leitor,
Porque perde a compostura;
Se atira entre as palavras,
Desmonta sua estrutura;
E a poesia se agrada
Da imperfeição da leitura.
ARREMEDO DE POETA
IRMÃ DULCE
Irmã Dulce viu Jesus
Como há muito não se via:
Não em altares dourados
Mas nas ruas da Bahia.
Viu Jesus esfarrapado,
Viu Jesus feito criança,
Viu Jesus esfomeado;
Deu-lhe pão, deu-lhe esperança.
Brilha a luz da Santa Dulce
Mais que o Sol em Salvador.
Muitos anjos hoje a seguem
Semeando dons de amor.
Doce Dulce, nos ensine
A quem sofre consolar,
Dividir com quem tem fome,
A quem chora dar um lar.
Sebastião
Vieira
O
planeta pede socorro
Me
recordo que a tempos
há
preocupação ambiental
Preservar
a fauna e flora
sempre
foi uma missão.
Missão
com poucos aliados
Alguns
não aceitaram a questão
Poluem,
destroem e degradam
Modificam
a paisagem natural.
O
planeta está em desequilíbrio
O
futuro incerto é
O
homem brinca de ser Deus
E faz
tudo o que bem quer.
Com
mania de grandeza
o
homem quer conquistar tudo
Céus,
terras e mares
sem
pensar nos prejuízos.
As
águas estão poluídas
As
matas estão degradadas
Muitos
animais estão extintos
O
ambiente pede amparo.
Pense
em nossos filhos
E nos
filhos de nossos filhos
Se
cada um fizer sua parte
amenizar
os danos será possível.
Lya Reis
Se amor fosse bebida
eu vivia embriagado
Entregar
de corpo e alma
Sua
vida a esse amor
Se
jogar sem ter temor
Mas
também indo com calma
Para
não tornar-se trauma
Entregar-se
por agrado
Pra
viver todo esse estrago
Sem
ter medo da partida
Se
amor fosse bebida
Eu
vivia embriagado
Já
tomei de tudo um pouco
Pra de
você me esquecer
Cheguei
quase enlouquecer
Me
taxaram como louco
Pra
razão eu fiquei mouco
Vivi
todo atordoado
Mesmo
com este legado
Nunca
largo desta vida
Se
amor fosse bebida
Eu
vivia embriagado
De
beber eu já parei
Pois
isto não vale a pena
Não
valia nem a cena
Mas de
amar eu não cansei
Por
você eu me entreguei
Pra
viver neste estado
De
amor alucinado
Entreguei-me
a esta lida
Se
amor fosse bebida
Eu
vivia embriagad
Toda
vez falta coragem
De ao
novo se entregar
No
amor se estribar
Retirar
todo ferrugem
Gravar
feito tatuagem
O amor
que à ti é dado
No
peito tão machucado
Tanta
dor por nós sofrida
A
história já relida
Se
amor fosse bebida
Eu
vivia embriagado
Jennifer Amorim.
ÁGUA É VIDA!
Água é
vida que nasce e vai fluindo;
Desbrava
calmamente a natureza;
Faz-se
rio e navega em correnteza
Que
leva-me as palavras conduzindo.
Reflete
aquele sol que vem surgindo;
Recebe
aquela chuva de pureza;
Deságua
em mar aberto e profundezas;
E
torna-se oceano imenso e lindo!
Água é
vida que nasce transparente
Pelas
obras humanas, poluída,
Mas é
tempo de sermos conscientes
Que
água suja jamais será servida.
Água é
Deus saciando a sua gente;
Água é
bênção que nasce e gera vida!
Bom Poeta
Versos
Nordestinos
Nascem poemas
Quando
a chuva
Cai no
chão
Gotas
de esperança
Para
meu sertão
Os versos brotam
Feito
semente
Semente
do meu povo
Da
mais nobre gente
Risos e lágrimas
Contam
nossa história
Cantadas
em cordel
Eternas
na memória
Dádiva Divina
Divina
criação
Natureza
bela
Amada
região
Encantada terra
Doce
fantasia
Ser
nordestino
É ser
luta e alegria
Sonhos alvorecem
Ao
nascer do dia
Feito
pássaro livre
Cantando
a melodia
Traduzirei então
Toda a
sua magia
Espalhando ao mundo
Nordeste
é vida
Nordeste
é poesia.
HIATUS
Despedida
a Ariano Suassuna
Parte
o Poeta
Parte
o Escritor
Parte
o Dramaturgo
Parte
o Professor.
O
Homem simples
Que a
Paraíba gerou
E
depois para o mundo
Ele se
revelou...
Do
cômico ao erudito
Ariano
cultuou
Numa
linguagem tão simples
Que a
todos comunicou.
Um
cidadão versátil que aqui representou:
O
rico... O pobre...
O povo
trabalhador,
Sempre
com senso de humor.
Perde
a Paraíba,
Perde
o Pernambuco,
Perde
o Nordeste...
Perde
o povo brasileiro!
Empobrece
a Educação,
A Arte
e a cultura
A
todos ele enlutou.
As
suas obras...
E tudo
que nos deixou
Revelam
a sensibilidade e o carinho,
Externam
seu amor.
Sentimentos...
Emoção, Paixão.
A dinâmica,
a fé, a esperança,
Produzidas
com a alma
De um
inestimável valor
Até
mesmo a morte,
O
mestre ilustrou.
Hoje,
nos despedimos afirmando:
O seu
brilho que a todos iluminou.
Continuará brilhando
Por
todo o universo
Entre
os caminhos que trilhou...
Em especial
aos que encantou.
Desta
feita outro Reino
Ariano
Suassuna
Com
certeza já habitou
Lá na
Glória do Senhor!
Renilde
Cavalcante
A PROMESSA DE DEUS NÃO FALHARÁ
TODO CRENTE EM JESUS TEME AO SENHOR
CONFIANTE NA JUSTIÇA, DELE, ESPERA
É CIENTE DO FINAL DE NOSSA ERA
SEUS PECADOS, UM A UM, JÁ CONFESSOU
SUA VIDA A JESUS JÁ ENTREGOU/
ACREDITA QUE O FIM SE CUMPRIRÁ
QUE JESUS TRIUNFANTE VOLTARÁ
NÃO DUVIDE, TENHA FÉ OH! MEU IRMÃO
BUSQUE LOGO LÁ NO CÉU SEU GALARDÃO
A PROMESSA DE DEUS NÃO FALHARÁ.
NÃO SE RENDA NEM AO VÍCIO, À ORGIA
SE AFASTE DO ANTRO DA PERDIÇÃO
DE JOELHO ORE A DEUS, PEÇA PERDÃO
NÃO É SALVO QUEM PRATICA IDOLATRIA
JESUS CRISTO FOI À CRUZ, NÃO MERECIA
MAS A SUA VINDA EM BREVE SE DARÁ
O SINAL DA TROMBETA SE OUVIRÁ
A IGREJA SERÁ TODA ARREBATADA
COMO FOI A MUITO TEMPO ANUNCIADA
A PROMESSA DE DEUS NÃO FALHARÁ.
FIQUE ATENTO, ORE, SEJA VIGILANTE
NÃO ESPERE OS SINAIS APARECER
QUANDO DEUS COM SEUS ANJOS AQUI DESCER
QUEM TIVER COM JESUS É TRIUNFANTE
COMO FILHO DE DEUS ADORE, CANTE
A MORADA CELESTIAL TE HERDARÁ
O QUE ESTÁ SOBRE A TERRA FINDARÁ
SE PREPARE NA AURORA DESSE DIA
É PREVISTO, É ESCRITO EM PROFECIA
A PROMESSA DE DEUS NÃO FALHARÁ.
OS IRMÃOS SEMPRE LOUVAM UNIDOS
ESTUDANDO TUDO DE ESCATOLOGIA
NA ESCOLA BÍBLICA DE TEOLOGIA
AOS DOMINGOS TEM ESTUDOS DIRIGIDOS
VIGILANTES NÃO SE VEJAM DIVIDIDOS
LENDO A BÍBLIA VOCÊ A ENTENDERÁ
NA CERTEZA QUE VOCÊ SE SALVARÁ
O REINADO DE UM CRENTE É NO
CÉU
NÃO SE TURBE OH INCRÉDULO INFIEL
A PROMESSA DE DEUS NÃO FALHARÁ.
Sereno da Caatinga
Soneto do Amor
Creio que o amor é capaz de tudo.
É a planta semeada que dá fruto.
Creio que o amor é a razão,
Daqueles que se abrem ao coração.
Creio que o amor é a base que sustenta.
É o que une, transforma e alimenta.
Creio que o amor é a resposta,
Daqueles que desistiram na derrota.
Creio que o amor é a maior riqueza,
Faz de nós pessoas cada vez melhores,
Pobres em dinheiros, ricos em nobreza.
Creio que o amor traz mudanças.
Pois quem ama luta,
E nunca deixa de se ter esperanças.
Paty Maria
ALTOS COQUEIROS
A
chuva em fim chegou com o inverno,
A
caneta desliza sobre o caderno,
Num
verso pernambucano e pós-moderno,
Que
tem o colorido do carnaval.
Amante
de Recife, mas nascido em Jaboatão,
Admirador
de Olinda tão rica em tradição,
O
poeta verseja com grande admiração
Todas
as cidades dessa terra especial.
O
batuque de Nagô, maracatu nação,
O
sambista da gigante com o seu violão,
Música
de raiz que reflete emoção,
O côco
de Selma e a ciranda de Lia.
E no
dia do Galo o mundo vai se curvar,
Pois
nesse planeta maior bloco não há,
E a
grande multidão o frevo a cantar,
Numa
terra de sonhos com sabor de magia.
Saudações
meus irmãos desse pólo do saber,
Nos
erros dos meus versos venho lhe dizer,
E para
quem não viu que venha ver,
Que
Pernambuco é mesmo imortal!
Seja
no batuque dos nossos tambores,
No
quadro de nossos pintores,
Nas
curvas de nossos escultores
Ou nos
versos de um poeta marginal.
Caio
Martins
SINHÔ DOUTÔ
sinhô
doutô de mim não mangue
sou
nordestina de sangue
sertaneja
de coração
não fui
criada no sertão
o que é
uma grande pena
só
grandeza maior é que de pequena
trago o
sertão dentro de mim
e sei
que sempre foi assim
mermo
quando eu não sabia
sinhô
doutô de mim não mangue
nordestina
de voz cantante
não sou e
não arrenego
na voz sotaque
não carrego
invento
toda atroada essa besteira
falo
chiado feito bolsa chiadeira
paulista
que fala bosta e estrago
e diz
“ceRto” mermo quando fala errado
e foi
assim que fui crescida
sinhô
doutô de mim não mangue
que não
permito nem de longe
no peito
pode até me cantar o chiado
mas é pra
deixar qualquer um enfebriado
quando de
graça bolem com sua gente
apois
mermo que de viveres diferente
no fim
sai é a merma língua da boca
só mermo
um infiliz das costa oca
pra achar
nordestino sem sabedoria
sinhô
doutô de mim não mangue
tô é
caçando uma rima que encante
estou só
meu povo arremedando
tentando
falar um dizer cantando
porque
tenho é grande certeza
nordestino
é destino forte de boniteza
mas lhe
pergunto aqui e agora
tu já
ouvisse um nordestino contar uma história?
duvido
que tu não se apaixone!
Viviane
de Melo Bezerra
Minha
namorada
Eu
escolhi a noite como minha namorada,
por isso vou amá-la por toda madrugada
Não há dia que se compare
Com ao seu perfume suave
por isso vou amá-la por toda madrugada
Não há dia que se compare
Com ao seu perfume suave
Amá-la
é como ter o poema de amor como prólogo
Apaixonar-se por ela é como se tornar o próprio cosmo
Namorá-la é como viver na eternidade.
Ela é o sonho dentro do sonho tornando-se realidade.
Apaixonar-se por ela é como se tornar o próprio cosmo
Namorá-la é como viver na eternidade.
Ela é o sonho dentro do sonho tornando-se realidade.
Ela
foi primeiro grande amor
E como uma tatuagem ela me marcou.
Não há garota de ipanema
Tampouco musas do cinema
E como uma tatuagem ela me marcou.
Não há garota de ipanema
Tampouco musas do cinema
A
noite é estrela que povoa minha mente
Ilustra o quadro que não pintei
Silenciosa e abrasiva
A ela eu entreguei minha vida.
Ilustra o quadro que não pintei
Silenciosa e abrasiva
A ela eu entreguei minha vida.
Ela
aflora meus mais fortes sentidos
Incorpora em mim a dúvida
Ao mesmo tempo, a certeza do amor vivido.
Incorpora em mim a dúvida
Ao mesmo tempo, a certeza do amor vivido.
Fernando
Bicudo
Diamantina
– MG
Fantoches?
Fantoches somos todos
da
concepção até a morte?
Nascemos
sem ser convidados.
Morremos
sem qualquer consulta
sobre
desejos de continuidade.
De
onde viemos, para onde vamos,
por
que aqui estamos, são indagações
a que
muitos rápidos respondem.
Certeza
mesmo, ninguém tem
por
mais que à Ciência se recorra.
ou se
socorra da Religião.
Sou
mesmo poeira das estrelas,
e para
elas voltarei um dia
como
queria Sagan? E depois?
A
eternidade no círculo do tempo
tudo
se repetindo à nossa revelia
como
postulava Nietzsche?
Da lei
da atração dos corpos,
da
herança genética e das forças
do
macro e do micro universos
somos
todos também escravos.
Chego
a pensar conclusivamente
que eu
não sou eu, discordo de Ortega,
sou
apenas a minha circunstância.
Primavera
imenseiro
era um
imenseiro tão largo,
parecia
não tinha lados,
e era
como se o espaço,
descompressado,
dilatado,
não
ocupasse todo o espaço,
tonteando,
estabanado,
em voo
sem direção
pelos
vácuos do mudo arco
da
amplidão.
o
horizonte sorriu um sol.
o
horizonte pariu um sol,
e a
ardência dessa parturição
– como
ardem todas as nascenças –
reverberou
na pele do que se via
– em
sol maior na minha –
como
se tudo que existia
naquele
instante azulado
fosse
ventre do dia.
tudo
se molhou de sol.
a luz
sossegou os instantes,
que de
passarinhos saltitantes,
agitados,
passaram
a bois mansos,
de
calmos movimentos lentos...
a
manhã que nascera
com a
mesma violência
–
necessária e exata –
da
fêmea louva-deus
a
devorar seu amante
uma
vez fecundada,
essa
manhã, devorado o breu,
derretia
suas garras,
dissolvia
suas facas
de luz
em
mornidão,
e tudo
silenciava.
não se
via vento,
não se
ouvia um cheiro,
nenhum
sentimento
fora
do eixo
se
movia.
não
havia nada
fora
de lugar,
nenhuma
farpa
no
imenseiro.
tudo
calma
e
comunhão.
ali,
por um triz
– o
tempo parado –
fui
feliz.
Guerino
Netto
Um sonho só
Vem,
arrasa meu peito!
Leia
nos meus olhos
As
palavras de amor que eu trago pra ti!
Vem,
arrebata o meu coração!
Cante
a música que a minha alma toca
Sempre
que te vê!
Vem e
nunca solte a minha mão!
Sem ti
eu sei que jamais estarei em casa novamente;
Em
teus braços repousam agora
Todas
as possibilidades dos sonhos meus
(Deixe-me
habitar dentro de ti,
Fazendo
dos teus devaneios minha morada
E dos
teus pensamentos minha religião).
Asor
Sued Ferreira
CANOAS –
RS
Palavra
Escrita
Na
palavra escrita busco o lugar ideal
Para
esta existência vulgar, vil, banal
Na
palavra escrita encontro a guarida
Contra
as tempestades ácidas da vida
A
palavra escrita oferece bom refúgio
Contra
pragas, pestes, maus augúrios
Com a
palavra escrita busco defender
Minha
mente fértil da ideia de morrer
Da
palavra escrita faço elmo e escudo
Contra
afrontas e ameaças do mundo
Enfim,
minha palavra escrita só serve
Para
que a vida não pareça tão breve...
Giordano
Bruno
Santo
André – SP
Desencanto
Já canso
de esperar a madrugada
a noite vai passar porém demora
pois já se fez tão longa a caminhada
e em cada parada a chuva chora
e céu que era azul ficou cinzento
e o mar mudou de cor e era bonito
o peito já não tem aquele intento
e eu nem sei dizer se ainda acredito
não creio que por trás daquela porta
existe um momento que me espera
não sei se a esperança esta morta
ou se nasceu de novo e é primavera
mas sigo mesmo sem ter respostas
o tempo esse não para continua
pergunto por que o amor me deu as costas
por que a realidade ficou nua
por que a flor perdeu o seu perfume
e o passarinho não quer mais cantar
a estrela se apagou perdeu seu lume
e o poeta míngua e quer calar
pergunto e o peito esta calado
até o bem-te-vi mudou o canto
por que que tudo esta assim mudado
e em vez do sorrir existe o pranto
não há ventura em desistir da luta
mas onde se escondeu essa vontade
quem sabe o coração acorda e escuta
quem sabe a dor se perde na saudade...
a noite vai passar porém demora
pois já se fez tão longa a caminhada
e em cada parada a chuva chora
e céu que era azul ficou cinzento
e o mar mudou de cor e era bonito
o peito já não tem aquele intento
e eu nem sei dizer se ainda acredito
não creio que por trás daquela porta
existe um momento que me espera
não sei se a esperança esta morta
ou se nasceu de novo e é primavera
mas sigo mesmo sem ter respostas
o tempo esse não para continua
pergunto por que o amor me deu as costas
por que a realidade ficou nua
por que a flor perdeu o seu perfume
e o passarinho não quer mais cantar
a estrela se apagou perdeu seu lume
e o poeta míngua e quer calar
pergunto e o peito esta calado
até o bem-te-vi mudou o canto
por que que tudo esta assim mudado
e em vez do sorrir existe o pranto
não há ventura em desistir da luta
mas onde se escondeu essa vontade
quem sabe o coração acorda e escuta
quem sabe a dor se perde na saudade...
Maria das Graças Silva
Recife – PE
O mamoeiro e o sanhaço
Vejo o
mamoeiro,
Espécie
tão rara na cidade.
Na
infância, lá no meio do mato
Havia
muitos mamoeiros,
Nunca
vi ninguém os plantar,
mas
nasciam sem que ninguém
soubesse
como. Era engraçado!
Cheguei
a perguntar às pessoas
que
passavam pela estrada,
estrada
solitária que nem o mamoeiro.
E
nenhuma sabia o porquê ele fora nascer ali.
Havia
um mamoeiro no quintal de casa,
Lá na
parte alta do terreno,
Às
vezes subia até ele
Para
tentar arrancar um mamãozinho.
Peguei
uma taquarinha e tentei jogar o mamãozinho
no
chão vermelho de terra vermelha
e que
ainda ficava mais vermelho com o sol quente.
Mas
desisti por pena dele,
Parecia
tão fraquinho, tão sozinho,
como
aquele mamoeiro e a estrada onde eu costumava passar.
Resolvi
deixá-lo em seu cantinho,
Bem
quietinho...
Mas aí
veio um sanhaço cor de terra molhada.
Assentou
no pé de mamão,
como
se fosse dele.
Olhou
para um lado e para o outro.
Ameaçou
ir embora.
Desistiu.
Bicou
o mamãozinho, furou-o sem piedade.
E
fugiu tranquilo.
Um dia
voltei à cidade
E o
mamoeiro agora parecia majestoso.
Já
aquele sanhaçozinho hoje deve estar no céu,
prestando
conta do seu furto...
Tom
Ramalho
São
Paulo - SP
CÍRCULO
VICIOSO
E
corta cana
corpo
envolvido em pano,
por
agora o seu plano
é
livrar-se dos mosquitos;
e
queima palha
entra
ano e sai ano,
a
única coisa que muda
é o
patrão ficar mais rico.
E
colhe cana até a noite
quando,
enfim, deita no chão
o
corpo todo dolorido,
pra de
manhã tomar café
sem
comer pão,
o
almoço é só feijão
que
fervido em água suja
até
arde de fedido.
E
limpa cana
pra
encher o caminhão,
pois a
usina de açúcar
tem
que ser abastecida;
e
corta cana dia inteiro,
tira
bagaço e palha,
sua
casa só tem tralha,
adobe
cru e chão batido.
E
corta cana com atenção
ou o
facão lhe tora os dedos,
quem
reclama perde o emprego,
a
gororoba e o abrigo;
e se a
palha é muito espessa
e se a
mão tem muitos calos,
como forma
de consolo
o sol
queima seu juízo.
E dá o
sangue e a vida
ao
Vale do Jequitinhonha,
onde
bom homem não sonha
pois
só pensa nos espinhos;
nessa
rotina de miséria,
de
vinhaço e de sofrer,
seu
destino é enriquecer
os
poderosos e mesquinhos.
Neto
de velhos boias-frias
que
morreram tendo nada,
sua
história foi escrita
longe
da escola e dos livros;
nessa
sina tão maldita
que
mais parece armadilha,
também
seguem a mesma trilha
a
mulher e os seis filhos.
Cavaleiro
de Cervantes
Guarapari
- ES
ATÉ TOCAR
SEU CORAÇÃO
Rua de
moradores,
moradores
de rua.
Em
todos os lugares
milhares
passam frio
e
quantos passam
por
você acordados
enquanto
você dorme?
Em
todos os momentos
milhões
passam fome
e
quantos passam longe,
que
não estão aqui
e nem
aí?
Muitos
já se foram,
muitos
virão ainda
e
verão o seu rosto
no
reflexo do vidro
do seu
carro importado.
Em
todos os lugares,
em
todos os momentos,
milhares
passarão frio,
milhões
passarão fome
até
tocar seu coração,
até
tocar seu coração,
até
tocar seu coração,
até
tocar seu coração.
Alvalade
Brasília
– DF
Me deixem falar
Sou o
poeta
e não
posso falar.
Eis o
poeta...
Meu
lar.
Sou o
poeta,
me
deixem pra lá.
Evandro
de Campos
Parauapebas
- PA
SEPULTURA
Tristeza.
Solidão.
A
esposa sofre a separação,
Seu
amado agora morto está.
Tristeza.
Solidão.
Partida.
A dor
é indescritível.
A
ausência de quem se ama
Machuca
e sufoca o coração sensível.
Os
olhos são como cachoeiras infinitas
Que
jorram lágrimas no enterro de seu amor.
Ela
leva a cruz para pôr sobre o caixão enterrado.
Ser
consolada com palavras agora é impossível,
Pois
ver seu esposo indo para a sepultura é horrível.
Sir. Robert
São Roberto - MA
Desesperança
Tem
político quebrando o país,
Enquanto agride mulher e entope de pó o nariz.
Tem político acabando com o futuro,
E tem gente que ao invés de derrubar
Quer colocar outro tijolo no muro.
Belchior, meu companheiro,
Tenho algo a te dizer,
A nossa esperança de jovem não aconteceu,
E nem vai acontecer,
Pois o que essa galera preza
É reverenciar,
Se calar,
E obedecer!
Estudante que filma estudante
É aprendiz de delator,
Reproduz a repressão,
Faz o que o dono ordenou.
Eu vejo o futuro reproduzir o passado,
Pois na hora do naufrágio
Cada um vai pro seu lado.
Eu vejo um museu construído pelo medo,
E dentro desse museu não há nada de segredo.
Eu vejo tantos sonhos preenchendo as estantes,
São os marcos revolucionários dos nossos “bravos estudantes”.
Vândalo e invasor com orgulho, sim senhor,
Desculpe-me pelos transtornos,
Foi você quem me educou.
Sem medo de mostrar a cara,
Olha só, eis me aqui,
Cansado de apanhar,
E disposto a reagir.
Desculpa aí, digníssima esquerda brasileira,
Eu juro que não queria mexer na sua coleira,
Mas é que existe algo que não consigo entender,
Se seus donos não respeitam a constituição,
Porque eu devo obedecer?
Isso é papo de pelego,
E tudo isso me dá sono,
Enquanto tem gente querendo a liberdade,
Tem gente querendo apenas trocar de dono!
Enquanto agride mulher e entope de pó o nariz.
Tem político acabando com o futuro,
E tem gente que ao invés de derrubar
Quer colocar outro tijolo no muro.
Belchior, meu companheiro,
Tenho algo a te dizer,
A nossa esperança de jovem não aconteceu,
E nem vai acontecer,
Pois o que essa galera preza
É reverenciar,
Se calar,
E obedecer!
Estudante que filma estudante
É aprendiz de delator,
Reproduz a repressão,
Faz o que o dono ordenou.
Eu vejo o futuro reproduzir o passado,
Pois na hora do naufrágio
Cada um vai pro seu lado.
Eu vejo um museu construído pelo medo,
E dentro desse museu não há nada de segredo.
Eu vejo tantos sonhos preenchendo as estantes,
São os marcos revolucionários dos nossos “bravos estudantes”.
Vândalo e invasor com orgulho, sim senhor,
Desculpe-me pelos transtornos,
Foi você quem me educou.
Sem medo de mostrar a cara,
Olha só, eis me aqui,
Cansado de apanhar,
E disposto a reagir.
Desculpa aí, digníssima esquerda brasileira,
Eu juro que não queria mexer na sua coleira,
Mas é que existe algo que não consigo entender,
Se seus donos não respeitam a constituição,
Porque eu devo obedecer?
Isso é papo de pelego,
E tudo isso me dá sono,
Enquanto tem gente querendo a liberdade,
Tem gente querendo apenas trocar de dono!
Chicão
Ribeirão
das Neves – Minas Gerais
SEM BORRACHA
Vamos
falar de depressão;
Vamos
falar de bipolaridade.
Vamos
falar da solidão,
E porque
não falar da hereditariedade,
Dos
caminhos indiretos;
das
portas estreitas,
dos
parceiros imperfeitos;
Falemos
do plantio e das colheitas.
Não nos
esqueçamos de falar das escolhas malfeitas.
Acreditei
que meus poemas podiam mudar o mundo
Mas
roubaram meu chão e apagaram meus sonhos.
Tiraram
meu futuro e não me sinto mais seguro.
Hoje
caminho de cabeça baixa e olhos tristonhos.
Mas eu
ainda sei que tempestade nenhuma pode apagar o sol.
Mesmo
assim me escondo da luz para não ser cobrada.
Também me
escondo das trevas,
Para não
ser atacada.
Escondo-me,
mas se preciso for,
Estarei
pronta para qualquer confronto.
Saberei
recomeçar do zero, com luzes, cores e sabor;
Posto
que, para voltar à vida já estou pronto.
Não
existe estrada sem fim
Pois
todas me levam onde preciso ir.
A casa
está sempre cheia,
E eu
brindo a solidão a dois.
Não vou
fechar a porta,
Porque a
vida está deserta.
Sigo em
frente sem pensar
no que será
de nós dois.
Abandono-me,
Talvez te
encontre depois.
Ângela
Goulart
Cachoeiro de Itapemirim - ES
EU TE
AMAVA
Lágrimas que de meus olhos rolam,
São sentimentos de afeição por ti.
Coração e alma de tristeza choram
A desilusão que eu sempre senti.
No peito aquela dor insuportável,
Parece que tem um punhal cravado.
A ferida aberta é vulnerável,
Antiga, do tempo de namorado.
Ausculto teus reclamos e acusações,
A todo momento nos meus ouvidos
Me culpando pela separação.
Eu tinha grande apreço por você,
Sonhava com luz e felicidade
Mas o que ficou, foi só a saudade.
Carlos Anton
Piracicaba/SP
Fluir
Corre
no vento
No
tempo que não volta
Pra lá
mandei minhas memórias
Com
gosto de biscoito doce
Fiquei
quieta
Puxando
udo o que me dava conforto
Não
quero sair dessa zona
Deixem-me
ficar aqui
Quero
permanecer quente
Em
posição fetal
Conectada
ao meu próprio umbigo
Na
fluidez maternal
Expandir-me
em viver, amar e sentir
Nos
abraços que se partiram
Nos
vários outros que virão
E me
fazer parir em festa: cabeça, alma e coração
Quero
explodir desejos
Inventar
verões
Curar
as dores, se ainda existem
Nadar
nas águas rasas da minha tranquilidade.
Dona
Ernesta
MORCEGO
Quando
eu nasci;
Depois
de chorar eu sorri;
E hoje
me pergunto;
O que estou
fazendo aqui?
Tem
dias que acordo;
Com
vontade de acabar;
Do
sofrimento me livrar;
Com quem desabafar?
Sou
morador de rua;
Ferido
por longas batalhas;
Esperança
me conduz;
A
seguir a caminhada;
Nesse
voo com morcegos;
Confesso
que tenho medo;
Quero
lhes revelar;
Um velho segredo;
Quem
me trouxe até aqui;
é o
tal egoísmo;
chamas
que levam;
humanos ao abismo;
Ouça
irmão essa voz;
Estenda
sua mão;
A
caridade é o começo;
De luz
nessa escuridão;
Cada
gota de minha lágrima;
Deixará
de ser amarga;
Se
você me ouvir;
Me
faça de novo sorrir!?
Sou
humano estou aqui!
Navegante
Campo
Grande/MS
Amor Porção por Porção
À proporção que tu me amas,
Eu vou te dar meu amor,
Um amor porção por porção;
Um amor em conta-gotas,
Amor em gotas marotas,
Ou talvez amor de montão.
Eu proponho entregá-lo a ti;
À medida ou à proporção,
Do amor que tu me dás,
Amor em pequena porção.
Ou talvez até quem sabe,
Um amor que nunca se acabe;
E que pode fazer milagre,
Amor infinito em porção.
Posso ainda entregá-lo a ti,
Um amor também sem medida;
Ou à medida que vem teu amor,
Um amor porção por porção.
Não se mede amor sem medida,
Medida o meu amor não tem;
Não se mede amor pela ferida,
A ferida vai cicatrizar também.
Bom é ficar um e outro amor,
Sem medida e sem dimensão;
Pois se medir pode causa dor,
Sem medida só tem emoção.
Nem sei se existe amor sem medida,
Ou se amor pequeno medida tem;
Melhor é esquecer a medida,
O tamanho e a porção também.
Qualquer porção oferecida,
Faz muito bem ao coração;
Mesmo assim sem medida,
Ou em pequena porção.
O que importa é a desmedida,
Não o tamanho das porções;
É como partir sem despedida,
Pra não ferir aos corações.
Se partir deixa coração partido,
Se pesar vai faltar porção;
Magoar não tem mais sentido,
Pesar e medir não tem precisão.
Não se pode pensar na medida,
Nosso amor baliza não tem;
Se alguém medir esses dois amores,
Vai achar milhão ou talvez vintém.
Melhor mesmo é deixar sem medida,
Sem pensar no tamanho também.
Assim não tem choro nem despedida,
E não será para sempre, amém.
Nosso amor ficará sem medida,
Nenhum do outro será mais refém;
Não tem chegada e não tem partida,
Se alguém medir terá seu desdém.
Vou te dar um amor sem medida,
Ou à medida do amor que me vem;
A medida desses dois amores,
Fica interessante nesse vaivém.
Se a nenhum não traz mais louvores
Provado está não traz dissabores;
É com tal medida incerta e
descabida,
Que estranhamente eles se mantêm.
E se aos amores não traz rancores,
E aos dois amores só faz bem;
Sem dúvida é esta a medida,
Que aos dois amores convém!
Dra. Poesia
Rio Branco - AC
HAVERÁ
UMA MANHÃ
Estou
no fenômeno chamado solstício de inverno,
movimento
de translação da Terra em torno do sol.
O sol atinge
a maior distância de mim
em
relação à Linha do Equador.
Durante
esta estação mais fria,
o meu
Eu recebe menos luminosidade.
O dia
foi muito curto,
esta
noite está mais escura e solitária,
é a
mais longa do ano em meu viver!
14
horas de duração.
Parece
uma eternidade!
O
manto negro do céu cobriu meus pensamentos.
Surpreendentemente,
aparece uma lua cheia,
e uma
voz ecoou na escuridão:
“__ De
maneira alguma te deixarei,
Nunca, jamais te abandonarei!” (Hebreus 13)
Paralisada,
senti que sim,
haverá
uma manhã.
Maria
do Carmo dos Santos
Vila
Velha/ES
Ortografia
Na
vidraça da janela
meu
nariz, sem cicatriz,
gripado,
encharcado,
entupido,
pingado.
Quando
vi a seringa de injeção
- que
maldição! -
Senti
rápido um arrepio
veloz,
atroz,
despencando,
explodindo
da
raiz dos cabelos
às
pontas do pés.
Com
horrível humor,
feito
caramujo teimoso, manhoso,
me
escondi atrás de mim.
A
penicilina fluiu
na
magreza de meu músculo
provocando
esquisito rebuliço,
que me
fez palhaço de aço,
galinha
sem pé,
criança
sem força,
terra
roxa sem café!
Por
que um simples resfriado
Inventa
drágea, xarope,
exame
em jejum?
Não
seria bem mais simples
com
todo esse afã
ingerir
chá de laranja,
de
limão ou de hortelã?
Diadorina
Cruzília
– MG
NAVEGO
Navego...
Adentro
o mar encefálico;
Algas
confundem a paisagem,
Emaranham
o coração,
Que
sereia tua imagem!
Como
gárgula está o amor,
Posto
à proa do barco solidão;
Um
leão sobrevivente,
Inerte
e imexível,
Observando
cada ação!
A
balsa de medusa,
E seus
glóbulos maciços;
Clama
por socorro,
Secando
e morrendo,
É o
sumiço!
Na
orla...
O trapiche observa;
Todo
desarrumado,
Há
ratos e baratas,
Animais
em conserva!
O mar
tempestuoso,
Crê na
bonança;
O sol
raiará,
Trará
ao coração,
No
elo, Aliança!
Navego...
Thales
Alfa
Loanda – PR
MINHA
MORTE
Espero
que entenda o meu testamento
Que escrevo para ti minha amada querida
Pois tenho pouco tempo de vida
E nesse pouco de vida preciso apenas desabafar.
Que escrevo para ti minha amada querida
Pois tenho pouco tempo de vida
E nesse pouco de vida preciso apenas desabafar.
No
momento não sei se estou certo em de falar
O que o meu pobre coração tem para de falar nesse
Tempo difícil de minha solidão, mais preciso lhe
Contar antes que seja tarde demais.
O que o meu pobre coração tem para de falar nesse
Tempo difícil de minha solidão, mais preciso lhe
Contar antes que seja tarde demais.
Estou
passando o meu último suspiro nessa carta
Para lhe dizer que tudo que vivemos juntos vai
Ficar para sempre gravado em nossos corações
Que um dia viveu momentos de paixões incondicional.
Para lhe dizer que tudo que vivemos juntos vai
Ficar para sempre gravado em nossos corações
Que um dia viveu momentos de paixões incondicional.
Quero
de dizer que você foi a coisa mais preciosa
Que apareceu em minha vida toda e que chamai
Irei fazer de vida uma coisa que só passou no passado
Essa coisa permanecesse em nosso presente.
Que apareceu em minha vida toda e que chamai
Irei fazer de vida uma coisa que só passou no passado
Essa coisa permanecesse em nosso presente.
Um dia
amada minha, tu pegaras essa carta ao qual
Escrevo em memorias de nosso amo e ira mostra ao
Mundo e dizer que vale a pena esperar por um amor
Que durou por toda a nossa vida e por toda geração.
Escrevo em memorias de nosso amo e ira mostra ao
Mundo e dizer que vale a pena esperar por um amor
Que durou por toda a nossa vida e por toda geração.
Herberteen
Santos
Mauá/SP
Das
fases do homem
O
homem, quando nasce,
depende
dos pais para tudo.
E
deles recebe os cuidados:
colo,
comida na boca,
banho,
troca de fraldas...
O
homem então cresce,
e vai
se virando na vida,
deixando
para trás a infância:
e
anda, e come, e se banha,
já não
molha mais as calças...
O
homem enfim amadurece,
e
busca ampliar seus saberes:
e
estuda, e vai mais longe,
e
comanda, e consome,
e se
banca, e se basta...
Mas aí
vem o tempo
e lhe
prega uma peça...
É
quando ele envelhece,
e
volta a ter, agora dos filhos,
todos
aqueles cuidados:
colo,
comida na boca,
banho,
troca de fraldas...
Pseudônimo:
Borboleta Azul
Martinópolis
- SP
Plantar o sonho
Acordo
abrupto, ainda criança.
Meu sonho
se vai, levando a esperança.
Começo a
chorar, acabou a infância.
Sonhar
jamais, professor não serei.
Seguir
meu pai, que futuro terei?
Boia
fria, cabeça pirada.
Barriga
vazia, alma castigada.
Enxada
erguida, terra plantada.
Sonhos
não mais, mãos calejadas.
Tento
dormir, noites vazias.
O corpo
descansa, mas a alegria esfria.
Perco
cedo o sonho que queria.
Alberto
Pereira
São
Paulo/SP
MEU PEDACINHO DE PAPEL
No meu
pedacinho de papel!
Hoje a
lua é alva no céu
Hoje a
lua está cheia de poesia
E quem
dera pudesse eu
Explicar
esse esplendor de céu
No meu
pedacinho de papel!
No meu
pedacinho de papel
Tudo é
contemplação de poeta
Que
tenta transpor o que sente
Na
poesia infinita, incompleta
Do meu
pedacinho de papel!
Mas, o
poeta sabe e sente
Que
não sabem o que ele sente
Pois
nem mesmo sabe o poeta
O
quanto a poesia que sente
O
deixa mais triste ou contente
Nesse
seu pedacinho de papel!
Jean
Carlo
Água
Doce SC
STATUS ORFÃO
...acho que a cadeira não conhece o seu material,
nem o
quadro sabe qual a tinta que o compõe,
tampouco
a janela da sala ou a porta do quarto.
Como
os sentimentos não conhecem o coração,
as
expressões, o rosto, e os gestos, os movimentos.
Tal
qual as palavras; a boca que fala.
Diógenes
Sorocaba - SP
A DANÇA DO AMOR
Dançar
olhando em teus olhos
Receber
o teu corpo com a leveza
De um
sussurro a dizer:
Te
amo!
Em um
momento vê-la partir
Mas
com a certeza de tê-la novamente
Deslizas
diante de mim
Como o
vento ao entardecer
Nossos
corpos se aquecem
Silhuetas
marcadas pelo suor do desejo
No
ímpeto eu a lanço em direção às estrelas
Por um
momento, tão bela és entre milhares.
Enciumadas
deixam que volte aos meus braços
Recebo-a
novamente.
Ao
final nos curvamos
Àqueles
que nos veem em nosso ato de amor
A
dança termina
Mas,
meu desejo em tê-la invade a eternidade.
Félix
Hilton
São
José dos Campos - SP
Legado
Morreu?
Faleceu? Partiu?
Desencarnou?
Se foi?
Nos
deixou?
Descansa
em paz?
Jamais!
Sim:
paz! Mas
quando
um poeta morre,
se sua
poesia é nobre,
nobremente
pousa nos braços
de
ninfas, ondinas, duendes,
gnomos
— elementais.
Imerge
no âmago da terra,
mistura-se
a todos os minerais.
Dentro
em breve uma flor nasce...
... e
esta flor é eterna!
Vai
lá, amigo!
Continue!
Jardim
do Éden,
25 de
junho de 2017.
Líam
Naví
Antônio
Carlos - SC
Ar
Antes de querer mudar o imutável
aproveite tudo que ele pode te dar
Com certeza, sem mudar
o imutável mudará
e você, amigo,
ser mundano, que viaja o globo sem sair do quarto
Que não precisa de nada além de si
Talvez uma vida, planta, erva
um química
uma pega
Que por alguns minutos
muda.
Uma muda te muda
Que se muda da boca para o ar
Que do ar difunde no ar
até mudar
e se torna ar como o ar
que mesmo parecendo ar
sentimos que não é só ar
esse ar
mudou sem mudar.
aproveite tudo que ele pode te dar
Com certeza, sem mudar
o imutável mudará
e você, amigo,
ser mundano, que viaja o globo sem sair do quarto
Que não precisa de nada além de si
Talvez uma vida, planta, erva
um química
uma pega
Que por alguns minutos
muda.
Uma muda te muda
Que se muda da boca para o ar
Que do ar difunde no ar
até mudar
e se torna ar como o ar
que mesmo parecendo ar
sentimos que não é só ar
esse ar
mudou sem mudar.
Fabricio Carvalho
São Paulo - SP
Palavras de mim
Nos
versos meus
Fiz
várias moradas
Desde
a luz dos olhos teus
Até
histórias enamoradas
Nas
palavras de mim
Encontram
seu lugar
Encontram
um fim
Ecoam
em algum lugar
Procurando
estar
Desejando
ser
Para a
algum lugar retornar
Para a
alguém pertencer
O que
quero dizer
Sempre
vai ser condicionado
ao meu
escrever.
Hans
Steiner II
Fortaleza
– CE.
Sou de
lá...
Em
mim, nada é urbano.
Não
sou daqui.
E,
somente agora, tarde demais,
Percebo
que tenho os pés cativos
no
trançado do capim-boiadeiro,
Que
a minha alma continua encavalada
nas
tábuas do velho curral,
E
que tenho o coração encarcerado
pelas
porteiras da minha infância.
Sou
de lá...
Regina
Ruth
A FOME NO SERTÃO
Tempo
abafado,
Estou
preocupado.
Nenhuma
nuvem no céu,
Temos
que usarmos
O
sombreiro ou o chapéu,
Aquele
típico do tabaréu.
O
céu está feito um véu,
A
temperatura está nas alturas.
O
desconforto se vê no rosto,
E
na suadeira do povo na feira.
O
suor é sal puro.
Por
Deus eu juro,
Daria
tudo em troca da chuva.
Para
que ela pudesse,
Lavar
o nosso chão,
Nos
trazendo a farta produção.
Porém
não vejo outra solução,
Que
é esperar a benção
Ou
então morrermos de fome
E
sede neste sertão.
Edilson
Nascimento Leão
Urandi
- BA
Flor do meu sertão
Vou
chegando à tua porta
E te
vejo na janela
Meu
coração dá um salto
E eu
penso: que flor mais bela.
Te
olho mais um pouco
E você
me dá uma piscadela
Meu
coração dispara de novo
Fico
então hipnotizado com sua pele cor de canela.
Seus
olhos da cor do mar,
Seus
cabelos da cor da terra
Essa
que a chuva há de regar
Essa
de onde a chuva lavou as lembranças da guerra.
O
tempo foi passando, e eu a me desesperar
E algo
foi crescendo em mim
Aí já
era impossível controlar
Se eu
continuasse escondendo, esse seria meu fim.
Então
tomei coragem, e contigo fui falar
Depois
de tanto tempo te amando
Já
estava na hora de me declarar
Cheguei
então mais perto, e comecei a falar:
“Flor
do meu sertão
A quem
sempre irei amar
Teu, é
todo o meu coração
A
nenhuma outra ele vai amar”.
Com
medo da tua resposta
Me
virei e comecei a andar
Estava
me afastando da porta
Já não
aguentava esperar
Foi
então que ouvi tua voz
E todo
o meu sangue veio a gelar:
“Espera
moço bonito, que não vou me demorar
Quero
dizer-te poucas palavras
A fim
de te alegrar
Não te
vai, fica comigo
Também
te amo
E no
teu coração quero fazer meu abrigo”.
Feliz
com aquelas palavras
Tratei
logo de me apressar
Tinha
que preparar a nossa festa
Até
por que nós íamos nos casar.
“Corre
meu amor, pois junho já chegou
Santo
Antônio já nos abençoou
Com a
permissão de Nosso Senhor
E na
festa de São João
Eu hei
de te dar
Todo o
meu coração”.
Gabriel
M.
Pesqueira
- PE
Eu
Queria o impossível
Alcançar o céu
Transformar o mundo
No meu mundo
Queria felicidade
Entre luta e coragem
Almejei tudo
Consegui fome e ódio
Mais nada cavei da
terra
Sangue
Guerra
Escravo dos meus erros
Busquei a felicidade
Onde jamais poderia
encontrar
Procurei tanto
Sem perceber
Que estava dentro de
min
Semente de um fruto
proibido
Enlouqueço
Entre a loucura
E a destruição
Apenas eu
Jamais conheci a dor
Não encontrei outro ser
Até os problemas me
perseguirem
Quis construir um
escravo
Tornei-me um deles
Desejei substituir
máquinas
Por seres humanos
“Poder”
Entre elas sou nada
Não posso mais ser
chamado homem
Pois o homem
É carne
Sangue
Vida
Agora o que se tornou?
Verme que contamina
Corrói...
APAGUE
A GUERRA
NÃO
POSSO MAIS SOBRE “VIVER” ASSIM
Amora
Niterói/RJ
Doce menina dos olhos meus
Conheci-te há pouco tempo
e me apaixonei por ti.
Sei que muitos não te conheceram,
mas eu? Eu sim, eu te conheci.
Doce menina, bela como o azul do céu,
pele preta da nossa gente
e lábios amarelos, cor de mel.
Quando meu olhar foi de encontro ao teu,
fiquei fascinado pelo verde desses olhos meu.
Em sonho vi teu nome desenhado na areia,
Vera Cruz, tu és Deusa ou sereia?
De menina à mãe gentil,
protetora dos filhos teus, rainha do coração meu,
guardiã dos bosques e juíza dos sofredores.
Santa piedosa de todos os desamores.
Eis que na cruz te pregaram
e tu foste leve e serena como o voo
de um beija-flor;
porém triste e pesarosa como o canto
do Uirapuru.
E é por isso que eu quero de volta
tu, com a qual um dia eu vivi.
Sei que muitos não te conheceram,
mas eu? Eu sim, eu te conheci!
e me apaixonei por ti.
Sei que muitos não te conheceram,
mas eu? Eu sim, eu te conheci.
Doce menina, bela como o azul do céu,
pele preta da nossa gente
e lábios amarelos, cor de mel.
Quando meu olhar foi de encontro ao teu,
fiquei fascinado pelo verde desses olhos meu.
Em sonho vi teu nome desenhado na areia,
Vera Cruz, tu és Deusa ou sereia?
De menina à mãe gentil,
protetora dos filhos teus, rainha do coração meu,
guardiã dos bosques e juíza dos sofredores.
Santa piedosa de todos os desamores.
Eis que na cruz te pregaram
e tu foste leve e serena como o voo
de um beija-flor;
porém triste e pesarosa como o canto
do Uirapuru.
E é por isso que eu quero de volta
tu, com a qual um dia eu vivi.
Sei que muitos não te conheceram,
mas eu? Eu sim, eu te conheci!
Victor Vinícius de Moraes Rosa
Ribeirão Preto - SP
Poeira ao Vento
Deixe
os pensamentos fluírem e
o coração sentir o que as palavras
são pequenas e pobres para definir.
o coração sentir o que as palavras
são pequenas e pobres para definir.
Ventos fortes rolaram pelo chão,
levantando e juntando grãos,
espalhando-se ao redor no ar,
tornando rarefeito o respirar.
Pequenina força,
ocupando minúsculos espaços.
Poeira ao vento a circular,
apenas mudando de lugar,
sem lamentar-se.
Viam-se olhos fechados,
cabeças inclinadas,
tudo parado,
esperando ele passar.
A força que brota da natureza
mostra sua beleza e grandeza,
em todas as direções.
Acordando e às vezes fazendo dormir,
unindo ou dividindo os sentimentos,
dos corações.
Meio a poeira há quem o observe,
um arco-íris aparecendo, inconteste.
Presente celeste dos céus,
mostrando virtudes unidas,
em multicores.
Representando a vida,
a sabedoria, equilíbrio e paz.
União perfeita que traz,
para lembrar ao mundo,
que não é novo,
as suas dores.
A força que brota da natureza
mostra sua beleza e grandeza,
em todas as direções.
Acordando e às vezes fazendo dormir,
unindo ou dividindo os sentimentos,
dos corações.
Meio a poeira há quem o observe,
um arco-íris aparecendo, inconteste.
Presente celeste dos céus,
mostrando virtudes unidas,
em multicores.
Representando a vida,
a sabedoria, equilíbrio e paz.
União perfeita que traz,
para lembrar ao mundo,
que não é novo,
as suas dores.
Ademilton Batista
Itabuna –
BA
Inspiração
Tão
raras as vezes que ela me oferta um beijo
Envolve
e me subjuga sob teu desejo
Exprime
para mim toda tua deslumbrante essência
Dá a
mais profunda razão de minha existência.
Muito
indócil, volátil, imersa em jogos de capricho
Dispõe-me
apenas uma gota dentre teu vasto mar
Mantenho-me
desesperado no desejo de lhe alcançar
Enquanto
me priva de tua presença, sublime regozijo.
Excruciantes
e labirínticos os percalços que levam a ti
Frustrantes
tentativas de lhe ter nas estrelas
Quisera
eu consultar os arquitetos que fê-las
E lhes
questionar sobre o espetáculo que contemplo daqui.
As
musas nada mais que reflexos de tua semelhança
Em
vida talvez o mais resistente escudo,
em
guerra a mais potente lança.
Seja
em linhas ou sons, desvencilha-se graciosa de teu véu
Elevando-nos
poderosa ao teu ápice, o teu céu.
Victor
Tonidandel
Belo
Horizonte – MG
Decepção
dos seus olhos verdes
De
onde vem tanta vem tanto rancor
Instalado
nesse seu coração careto
A
decepção que agora é minha
Um dia
já foi sua
Hoje
você age como se não se importasse
Mas eu
posso ver a dor refletida
Naqueles
olhos verdes
Os
mesmos que um dia me confortou
Hoje
age como se não me conhecesse
Se
você soubesse tudo o que já senti
Talvez
um dia parasse de fugir
Ela
não irá te entender
Porque
acha que viveu demais
Mas se
ela soubesse tudo o que já vi
Tudo o
que já sonhei e vivi
Talvez
soubesse que não está mais sozinha
Sozinha
em uma noite escura e fria
Talvez
ainda houvesse tempo
Tempo
de te fazer sorrir
Ainda
que eu já não esteja mais aqui.
ÉRIKA
SANTOS
Araçuai
- MG
Dos mistérios do samba 4+2+8+6 M 50
Caro
amigo,
se
queres realmente entender o que é samba
venha
para as ruas, botecos, becos, quintais
rodas,
praças, palcos, aprecie as pessoas,
repare
a dor
sinta
a alegria
e,
então, transforme a vida em compasso.
Vista-se
de ritmo
feche
os olhos e reviva Tia Ciata
dona
de todos os mistérios presentes - e ausentes-
no
telefone de Donga e Mauro
no
palpite de Noel
no
morro de Candeia
no
moinho de Cartola
nas
flores de Nelson
na
aurora de Ismael
na
saudade de Heitor
na
cadência de Ataulfo
na
laranja madura de Noite
na
Amélia de Mário
no
boteco de Nelson
na
máscara de Zé
no
ferro de engomar de Alfaiate
na
tristonha saudade de Monarco
no
mar de Caymmi
na
pitada de Riachão
no
canto de rainha de Beth
no
conto de areia de Clara
na
malandragem de Bezerra
no
sorriso aberto de Jovelina
nos
nervos de aço de Jamelão
na
Madalena de Martinho
no
sinal fechado de Paulinho
no
sonho de Clementina
no
fundo de quintal de Leci
na
batucada do Fundo
na
estranha loucura de Alcione
na
lucidez de Jorge
na
gira do Zeca
no
candeeiro de Teresa
na
subida do morro dos Originais
na
saudosa maloca dos Demônios
no
sorriso negro de Dona Ivone.
-
Depois de tudo isso, meu amigo,
talvez
tenhas decifrado
os
mistérios inebriantes do samba.
Solange
Santana
Osasco/SP
Ilusão migrante
Cara
assustada, dentes cerrados, olhos vagando,
riso
contido, sentidos represados.
Uma
cruz pende no peito tísico. Os ossos à mostra, desafiando a vida.
No
bornal: pão, água e uma imensa vontade.
Fecha
os olhos perdidamente vagabundos e sonha.
Um
pedaço de carne seca passa lasciva pela imaginação entorpecida.
Encolhe
o bucho e não liga pro ronco.
Persigna-se
fazendo o movimento cristão.
(Padim
Ciço ajuda, óxente, ora se não!)
Um
clarão cruzando o ar. Chuva, relâmpagos, milho crescendo, quem dera!
Viola
e peito cantado embora sofrendo.
Enganando
a fome, enganando a vida.
(Quem
sabe ela não se distrai e deixa que ele exista?)
Ilusão...
Doce jeito de viver!
O
cheiro da pinha... Hum! Traz o cheiro da infância.
Abre
os olhos perdidamente vagabundos e acorda.
Paredes
grafitadas passando como legenda em filme estrangeiro.
Como
ele, dentro do seu país, mas se sentindo um estranho.
A boca
amarga, o nó, a fome. A sede, a falta, a eterna falta.
Desânimo!
Será que Padim Ciço ajuda mesmo? Uma frouxa vontade de nada.
Cartazes
iluminado o desejo de ser. De vir e ser. De vir a ser.
Roupas
bonitas. Radinho de pilha. Uma televisão colorindo a vida.
Sonhar
não custa nada. E ninguém escuta. Só Jesus que talvez se compadeça.
Uma
cruz bem grande com Ele caindo bonito no peito recheado e bem nutrido.
Vontade
danada de ser.
Na
mochila, a ilusão pesa e os sonhos correm vadios. No bolso, o vazio pesa.
No
ombro esquerdo (é canhoto) a viola pende docilmente quieta.
Esperando
o vir a ser. Vir de amigação, na boleia de um caminhão.
Lava a
roupa e faz comida pro compadre que dirige.
Pau de
arara é caro. Tem que ter dinheiro.
Sujeira,
vozes roucas e ressequidas por não se alimentarem.
A
corda vocal está seca e tesa como a corda da viola que pende muda.
O
caixão de sabão “Europa” com a ensebada presilha carrega os trapos e o que é
tudo: vir e ser. Vir a ser.
Estação
Rodoviária do Tietê: suja e fedida como o rio de quem leva o nome.
No
alto da construção, construindo o pé sem meia. Salário mínimo não dá pra viver.
De
noite, a viola ajuda e Padim Ciço também.
Cantorias
no Brás até a meia noite porque às sete tem a construção pra fazer.
Construindo
o que é dos outros.
Quem
virá morar neste prédio de apartamentos?
Quantos
sonhos acalentarão os leitos macios?
Quantas
desilusões essas paredes ouvirão chorar?
E ele?
Será sempre sozinho?
Que
saudade da Lucinha!
Ficaria
linda vendo o movimento da sacada do apartamento.
As
tranças voando como a sua saudade no peito.
O
peito dói a dor de tanta saudade! Saudade até do ar. O daqui é tão pesado!
Do
eterno calor. Aqui é tudo tão frio. Até as pessoas.
Aqui
não tem bicho. Bicho é quente. Olho puro. Inocente.
Aqui o
bicho é homem. Fera. Mata por dinheiro.
E
volta o desejo de voltar e vir a ser. Só ser. Ser só, mas no seu cantinho.
Embaixo
dos umbuzeiros, catando raízes, comendo preá.
Brincando
de adivinhar se o vento que chega traz chuva ou não.
Se
traz... A gente fica e engravida a terra.
Se
não... Sina errante na boleia de caminhão.
Se o
camaleão muda mesmo de cor,
confundindo-se
com a mata que mata o pobre de fome,
é
porque é inteligente mais que o próprio homem e se esquiva de ser morto.
Tá
sacramentado: vai ser um camaleão e se confundir até com o cimento e o asfalto
quente, mas vai viver feito gente.
Pensamento
mais besta que traz a vontade de voltar
e
apenas ficar sentindo o gostinho da infância na pinha.
Amando
Lucinha...
EDILEUZA
BEZERRA DE LIMA LONGO
São
Paulo - SP
Ela
era uma força da natureza
Ora
era calmaria
A
brisa leve
Na
maresia
A onda
neve
A alforria
Alegria
breve
Na
noite de agonia
Ora
era explosão
Num
segundo
Todos
rastejavam
No
chão
Um a
um
Sedentos
Por
alguma
Atenção.
Juliana
Magalhães Aguiar Cardoso
Rio de Janeiro - RJ
SACRIFÍCIO
A minha fita vermelha ligada a um coração
E a afiada tesoura guardada em meu bolso
Confirmam esse olhar marcado no seu rosto
De quando percebi que não existia a paixão
Referentes a lares iguais
Indiferentes, de gostos iguais
Quais serão os finais
Se nos tornamos rivais?
É fato que a amo
Desde que me tornei um escudo
Mas sabes o que pensa
O teu escravo obscuro
Não acredito que eu vença
Porque entre nós há um muro
E mesmo que eu não possa tê-la
Viverei para protegê-la
Reprimi as declarações que iram fugir
Resiste até o último momento
E para sempre guardarei esses lamentos
A princesa que vejo na janela
Sabe o quanto a acho bela?
Sabe o quanto a acho esperta
Só que nossas mentes estão distantes
E nessa guerra, minha morte é certa
Porque sou o (seu) sacrifício
Não sei se ainda percebeu
A intenção do meu ofício
Serei a pessoa a te levantar
Serei o pilar a te segurar
Serei aquele que ao seu lado estará
E mesmo que sejam pequenas as ações
Elas revelam quem tenho em meu coração
Até no dia quando cumprir meu papel
Morrerei (meio) realizado
Pois apesar de tudo, tenho sonhos
Que jamais serão alcançados
Porque sou o sacrifício que salvará seu sorriso
E para isso ser cumprido
Por mais que você não queira
Com a tesoura, corta minha fita vermelha
E morro numa imensidão sem coração
Até que eu possa ressuscitar
E um dia de novo amar.
Guilherme O.C. Corona
Vila Velha – ES
Mariposa,
quem é ela
Mariposa na Janela
Nem pergunte quem é ela
Rarefeita, desfeita e refeita
Meu espelho de canela
Mariposa na Janela
Queima, arde, na panela
Se ajeita, suspeita e deleita
Perde a asa, a antena pela
Mariposa na Janela
Teceu a vida tagarela
Se é malfeita, ela enfeita
Com uma fita amarela
Mariposa na Janela
tem jeitinho de Marcela
Vira à direita, cama feita
Ela sou eu e eu sou ela
Marcela Santos Brigida
Rio de Janeiro - RJ
JOGO ASSASSINO
A
partir do reconhecimento de imagem de um e do outro
Descubra
limite de farsa de homens e bichos
Anaconda
tem manchas prenhes de tinta na barriga
Falcão
tem no focinho bico de menino sapeca
Guepardo
arrepia flores de capim com seus passos leves
Lince
multiplica língua de fogo no céu da boca
Urso
cinzento conserva dentes brancos na carne da presa
Onça
pintada tem ar de estátua riscada por artista
Viúva
negra mostra pelo campo oitos dedos de foice
Lobo
tem olhar de moça velha na janela do quintal
Tubarão-branco
tem boca de caverna de noites coloridas
Hiena
guarda uma certa tristeza detrás da orelha
Naja
tem barriga cheia de rei que não perdeu coroa
Orca
mostra na água jeito de brinquedo frágil de louça
Cascavel
explica ira de Deus estampada na cintura
Piranha
carrega cara de cadáver no traçado da pele
Tubarão-tigre
tem nariz de Pinóquio pintado de nuvem
Leão
lembra signo em esplendor na roda do Zodíaco
Tarântula
tem bunda de coco babaçu queimado
Lobo
guará não esconde rosto de bonachão cativo
Águia
ganha espaço na montanha com roupa de cacique
Harpia
permanece elegante na saída da cerimônia
O
homem não adianta esconder sina que nos habilita
Somos
piores quando disfarçados do que qualquer outro bicho
Rubervam
Maciel Nascimento
Santo
André – SP
Explosão
Um dia
comum
N’outro
não mais
envoltos
de dor
ouvia-se
o clamor
na
parte detrás
Garimpam
a rocha
Escassez
de oxigênio
Surge
fumaça e poeira
E
depois o silêncio
Aconteceu
uma erupção
em
seguida o deslizamento
e o
rapaz da mineração?
Sequer
o encontraram
Para a
família em tormento
Não
houve indenização
A
justiça é lenta
Os
outros esqueceram
O
Brasil é penta
Afinal,
quem iria lembrar
do
trabalhador exausto
Apenas
mais uma morte
Entre
tantas outras
Brenda de Britto Sales
Salvador – Bahia
Um cão
Galgava na calidez do asfalto
O cardápio daquela rua era infinito
Um cão faminto e extenuado
Não sonhava apenas existia
As vitrines e prateleiras de poeiras
Sem sabor e aferventado
Vagava aquele cão sem pátria
Martim acorrentado na liberdade dos
“mercados”
Arqueja nas janelas dos relógios e
escolas
E a escabiose do estômago sem
“passaporte”
Cruza os semáforos descalçados
E o destino, o futuro e o submundo
São plateias de decepções
Esquecidas nas páginas sujas da
cidade
Pobre cão peregrina e respira
Uma fumaça, de pão de queijo
De um lar de algodão feito
Em sua poesia de papelão
Queima as pálpebras
Queima os olhos
Queima o chão
Queima o cão
Nesta poesia
O sol escalda
O cão levanta
E abençoa o lixão
Uma psicologia
O fiel amigo do homem
Amizade... Ilusão
“Um cão”
Hosane Henrique Lucas de Souza
Careiro – AM.
Inspiração
Uma
morena,
De
gingado equilibrado.
Um tanto
serena,
Mas de
ser naturalmente agitado.
É
delicada, sensata,
Inteligente,
prudente,
Segura,
madura, animada...
Ah,
é a mistura de adjetivos,
Se reunir
os mais lindos.
A arte
que surgir,
É esta
garota de olhos infinitos, bonitos,
De traços
peculiares e magníficos.
É a pele
sedosa,
Que faz
contraste com o sorriso iluminado.
É a
energia nordestina,
De sangue
quente,
Com chame
envolvente.
Que faz
da mulher menina,
Um ser
mágico.
De
cabelos escuros, castanho,
Com ondas
se enrolando.
O
jeitinho simples,
Com a
mente,
De
tamanho imensurável,
Um
universo inimaginável.
É uma arte
baiana!
E tudo
que emana,
Atrai sem
perceber,
Os
olhares encantados,
Suspiros
almejados,
E a
vontade de conhecer.
Tão doce,
mas nada fácil.
A cada
verso talhado,
É como
uma rapadura,
Que a um
tempo saiu do tacho.
Ela é um
arraso,
E ninguém
diz ao contrário.
Pelo
contrário.
E o mais
difícil,
É não
ficar apaixonado,
Ao se
deparar com tudo isso.
Bruno
Montes
São
Paulo- SP
Gritos Contidos
Registro
aqui o meu grito!
Um
grito contido.
Entre
mil gritos contidos.
Grito
sujeito,
Grito
verbal,
Grito passivo.
Que
penetra o ouvido...
E
envolve a alma...
Daquele...
Que
vê no meu grito...
Um
grito poético,
Um
grito artístico.
Francisco
José Gavazza de Lima
São
Gonçalo dos Campos-BA
O tempo
A água vem da fonte
livre, devagar
sob o horizonte
vai longe até o mar.
Na primavera
nascem as flores
de todas as cores.
O sol brilha, tudo é bonito.
Porém tudo não é primavera
há noites escuras ,
dias “sem fim”,
mas tudo passa.
É sim,
o tempo passa.
O relógio
não para.
Maria Socorro Rocha Adriano
Bela Cruz- Ceará
Acordes
Quero acordes que descordem
Que destonem todos os tons
Que dobrem e se redobrem
Em ladainhas e chansons
Creio que tu transbordes...tu, acorde
Acordes cheios de cheiros
De manias de manhãs
De pontas e ponteiros
De voltas em horas vãs
Torço que tu concordes...tu, acorde
Quero acordes com desordem
Que batam em portas e janelas
Desses que insanos se descobrem
Vagando pelas vilas e favelas
Sei que tu podes...tu, acorde
Acordes plenos de penas
Mas que não aquelas do penar
E sim das aladas apenas
Voando aqui, aí, por todo lugar
Quero que tu acordes...tu, acorde.
Jamile do Carmo Staniek
Cidade: Nurembergue
Um dia perfeito
Tão
alegre fiquei
Em sentir
a brisa do mar
Pássaros
voando livres
No céu
azul e os raios do sol a cintilar
As ondas
vinham brincar
Batiam em
meu corpo leve
Mas sem
me machucar
Éramos
várias
Que de
tanta alegria
Ficávamos
a sorrir e a pular.
Espumas
gigantes
Envolviam
meu todo
O Frio
gostoso e gelado
Tomavam
meu corpo
Eu
flutuava de tanta alegria
Certo que
aquele dia perfeito
Pra
sempre comigo estaria.
Jamais
esquecerei aquele paraíso
Lindos
coqueirais e as estrelas do mar
Ainda os
percebo em meus sentidos
Basta os
meus olhos fechar
Tão doce
aquele dia, tão amargo a minha saudade
Que
guardo em meu coração bem no cantinho
Como
pássaro protege seus filhotes no ninho
Aquele
dia perfeito, dos meus nove aninhos.
Como
Inocente anjo
Construía
meus castelos de areia
Sonhando
meus sonhos
Com
sorrisos ao mundo alheio
Doce
inocência, doce criança
Que um
dia a lembrança traria
Com dor o
sabor daquela alegria.
Tudo era
tão belo
Tudo era
imenso
O amor
dos meus heróis
Um manto
de alento
À noite o
aniversário
Dos meus
nove aninhos
Que
sempre guardarei
Com muito
carinho.
O apagar
da velinha
Já
denotava o início do fim
Daquele
dia perfeito
Guardado
só pra mim
A alegria
ficou triste
E chorei, não pude resistir...
Tão
alegre fiquei naquele dia
Um dia
perfeito
Dia
dos meus nove aninhos.
Luiz
Eduardo Bittencourt da Silva
Maruim-
SE
Lições Institucionais
Se queres
ajuda:
Eu cuido.
Eu faço.
Desde que
Eu apareça no fundo dos espaços midiáticos
Se queres
sair da pobreza, beleza…
Tenho a
proeza de alimentá-lo, desde que uma boa self
tenhas postado
Se queres
bebida, estarás à espera, num belo sofá da cortesia por hipocrisia, das
aparências do fundo do olhar
O pobre
quando pede, não procede de alguém mostrar
Se ele
fede, dê banho com águas de oportunidades e afetos
Se não
queres o pobre por perto, não o iluda com discursos, palavras fajutas para
curar sua dor infinita
Se tens
fome, num prato fundo comes
Se
quiseres dividir teus banquetes, não se deleite nos buracos de um estômago
vazio
Daianna
Quelle Silva
Muritiba-BA
Féretro harmônico
Ao
descobrir o amor ardente
Entregou-se,
apreendeu-se
E
sentiu o tempo pouco
Para
tamanho interesse
As
letras sua paixão
Todas
juntas e impressas
Formando
ideias, mistérios
Soluções,
humor e promessas
Havia
muito o que aprender
Queria
um pouco conhecer
Precisava
de um saber
E por
isso resolveu ler
Indagava,
lamentava
Por
que não despertara antes
Tinha
medo de não poder
Conseguir
ler o bastante
Um dia
ao perguntarem:
_Onde
está a realeza?
_Lendo
livros de cabeceira
Pode
ter toda certeza
A
família não suportava
Estava
enlouquecendo a tal
Todo
dia lia um livro
Um
texto, um poema, um jornal
Fizeram
planos funestos
Mas em
tom de brincadeira
Quando
a bela expirasse
Aprontariam
alguma asneira
E ao
invés de girassóis
Cravos,
rosas ou violetas
No seu
esquife botariam
Um
corpo coberto de letras
Ana
Maria da Silva
Passira
– PE
LAMENTO
E
essas mal traçadas letras
Que
não sei se é poesia ou poema
Ou
é um triste lamento que não tem onde repousar
Um farol apagado em alto-mar, em alguma página
amarela há de habitar
Esperando o enlevo de uma leitura singular
Uma veia pulsante
Que vai do coração ao texto gritante
De mesma intensidade de um beijo excitante
Da onde não tem pátria, e nem cama literária
Não tem crítica, e nem elogio para se esmerar
Não tem vida, e nem rima para se lembrar
É o nosso mais profícuo tesouro
Eternizado em algum livro de ouro
É de alguma estrela ou de outra constelação
De papel, de algodão, ou de varinha de condão
Do buraco-negro ou da triste solidão
Do céu iluminado
Que clareia tanto a primavera quanto o outono
estrelado
Do trono do meu coração
Que és rainha daqui até outro mundo vão.
Paulo Sady Ayres de Aquino
Belém-PA
As Flores
dos Mortos
Todo dia levava
uma flor no túmulo
Sabia que não
haveria de fazer diferença ao morto
O feito era para
acalmar a própria alma
Que de consolo
carecia pela culpa.
Uma nova flor por
dia o deixava tranquilo
Acompanhava-o no
pensamento aflito
E deixava fresco
na mente o aroma
Abaixo da lápide a
preferida era a tulipa.
Mas ciúme
despertou entre os outros
O mais amado
dentre todos no santuário
Altares adornados
não serviam aqueles espíritos.
Quando apareceu
sem flor inconformado e ébrio
Raivosos o
arrastaram para dentro, só se ouviu os murmúrios
Desde então os
túmulos florescem e dele não há vestígio.
Susan Karine Cruz
Londrina – PR
Respingos
de uma calha entristecida
Às
vezes, a calha de lágrimas
Pinga
inocentemente em meu
melancólico
peito
Repuxa
friamente todo o céu
dilacerado
no vento
Eu
deixo os ardores morrerem
Eu
deixo os vapores desaparecerem
Em
alguns momentos, a calha
seca
fragilmente no tom véu
Fragmentado
senso
Intacta
terrivelmente ao léu
de um
trópico medo
Eu
faço as angústias gritarem!
Eu
faço os espectros gemerem!
Quando,
os respingos encalham
pertinho
dos meus monstros
Só
transpiro morte e cacos
Então,
as gotículas não calam
Sou o
ninho de mil corvos
Ainda
me arranho em cáctus
E
encaro cada chuva,
sou a
própria calha.
Cristiane
Vieira de Farias
São
Paulo - SP
Face das manhãs
E se a manhã recusasse
O sol
E abraçasse as cinzas das
Nuvens,
E nos ombros macios dessas
Chorasse?
Sua chuva calaria som,
Feiras;
Amansaria, deste chão,
O pó;
Acalmaria certas rotas
Do dia...
Pois, às manhas, o dom foi
Dado
De, mesmo no desespero,
Semear paz...
Edilson Alves de Souza
Campos Belos/GO
BASCA
Espanha bordada por Lorca,
Chovem lágrimas sem sua poesia;
Paixões deflagradas sob tenro sol,
Riachos vermelhos, leitosos os seios
Que sequer gotejam-no breu do dia.
Não é flamenco, nem sevilhana
- É o réquiem da
tourada humana.
Miró sem cores, desbotado,
E Gaudí (Torre de Deus):
No chão tombado.
La Charcha sem seus infantes,
Gitanas sem seus anéis;
Amores sepulcros sem glórias,
Dulce vila... teu breve adeus!
Pinceladas de negrume e de nada,
Formas e rostos quebrados...
Para os olhos do mundo: retrata!
Eternamente, a mácula tatuada:
- Música sem som.
Toma a grande dor - a sintetiza.
Tira o som dos gritos - cristaliza.
Transforma o horror da guerra em bela
arte...
- É lindo, ou
corrosivo?
Sob as tintas de Picasso: Guernica ainda
arde.
Gisela Lopes Peçanha
NITERÓI - RJ
Amor
de amigo
Seus
olhos cor de âmbar
Seu
pelo escuro como o céu
Da
noite sem belas estrelas
Mas,
dos enamorados, cúmplice fiel.
A
alegria jovial e inocente
O amor
tantas vezes incondicional
Do
sorriso que cativa a gente
De uma
forma sem igual
É o
carinho do aconchego
Do
amigo por mim tão amado
Em
todo pôr do sol juntos
Me
sinto por Deus abençoado.
Carla
Taíssa Laureano Santana
Rio
Negro - PR
LIBERDADE
Ó vida ingrata
Porque me deixastes assim,
Esse mundo tão antagônico
Não satisfaz o meu ser.
Como sonho em partir,
Criar asas e sumir,
Ir para onde os meus pensamentos me levar.
Ó vida ingrata.
Me deixas ser livre, eu preciso ir além,
eu preciso me conhecer.
Dihemeson Adenilson de Faria Ramos.
Atacambira – MG
Dois
Patos
pato
pluma
imerge
asas
nulas
hastes
bruscas
invisíveis
um ao
lado olha
seu
irmão desfocar ao a-
fundar
e ri e
nada
por
desaber o risco
do
outro que
agora
obscuro
in-verso ficou
João
Felipe Gremski
Curitiba
- PR
Tudo é
poesia?
Estava
na primeira página de jornal:
“Tudo
é poesia.”
Assim
mesmo, com ponto final.
Uma
afirmação, que qualquer poeta, jamais aceitaria.
Não
sendo, portanto, este muito hábil,
até
porque trata-se de informação,
assim
teria que ser mais sábio,
para
formar opinião.
Então
resolvi rebater,
pois é
uma afronta à literatura.
Como
pode alguém nisso crer?
É
desrespeito à cultura!
Poesia
é a arte dos sentimentos,
no
qual se encontra o autor,
nas
alegrias e nos sofrimentos,
podendo
expressar da frustação ao amor.
Contudo,
poesia não se faz,
quando
a dignidade humana é atingida,
onde o
terrorismo fere a paz
ou
quando se tira uma vida.
Também
não, num acidente,
ou
ainda pela corrupção,
de um
estuprador demente,
ou de
quem vai pra prisão.
Onde
impera o preconceito,
seja
de qual tipo for,
ainda
na falta de respeito
e no
ódio se sobrepondo ao amor.
Portanto,
há várias situações,
das
quais, não podemos dissertar,
pois
pra estas, não existem razões,
sendo
prudente ignorar.
Logo,
tomemos cuidado ao escrever,
porque
em tudo necessita harmonia,
para
que o leitor entenda, o que se quer dizer,
pois
haverá momento, que nem tudo é poesia.
Chiquinho Modesto
Formiga - MG
Muito Massa ! Estamos juntos
ResponderExcluirIsto mesmo, forte abraço!
ExcluirOlá queria corrigir o nome da minha cidade Itacambira- mg
ExcluirBoa-noite! Gostaria que constasse meu nome verdadeiro (Mônica da Silva Costa) no Poema ANTES QUE SEJA TARDE. Obrigada!
ResponderExcluirOlá, Mônica! Sua solicitação já foi atendida. Muito grato por ter participado! Forte abraço!
ExcluirMuito obrigada por tudo!
ResponderExcluirOlá Mônica. Gostei imensamente da sua poesia. Não gostei por gostar, mas sim porque ela tem um conteúdo digno dos grandes poetas. Parabéns.
ResponderExcluirUm abraço. Maryland Faillace.
Olá! Muito obrigada! Eu AMO escrever poesia! Em breve, será publicado o meu primeiro livro de poemas! Boa semana!
ExcluirVOCÊS são extraordinários e fabulosos. Parabéns, amigos notáveis.
ResponderExcluirNo mais elevado respeito.
Sempre a admirá-los imenso.
António Pena Gil
SUCESSO com seu livro. Gostaria de lê-lo.
ResponderExcluirSucesso com seu livro.
ResponderExcluirOlá! Fiquei muito emocionada por meu poema ter sido um dos selecionados . E parabéns aos demais participantes! Eu gostaria que em meu poema "Amor Porção por Porção", constasse o meu nome literário Deise Torres!
ResponderExcluir1000 bjs, ;))Deise Torres
Olá, fiquei muito contente por ter participado deste grupo e de ver meu poema publicado. Gostaria também que vocês, se pudessem, colocar meu nome Gládiston de Souza no poema "O mamoeiro e o sanhaço", cujo pseudônimo consta Tom Ramalho - São Paulo - SP. Abraço a todos e parabéns a todos que participaram!
ResponderExcluirQUE PENA!! JAMAIS RECEBI O CERTIFICADO PROMETIDO. E SE PASSARAM 2 ANOS....GISELA LOPES PEÇANHA - POESIA ''BASCA''. VOU DEIXAR MEU E-MAIL giselamusik@yahoo.com.br QUEM SABE UM DIA, O CERTIFICADO CHEGA A MIM????
ResponderExcluirOBS.: Os Certificados de Participação serão enviados aos e-mails de forma pausada, todos serão editados e enviados aos e-mails até o dia 12 de dezembro de 2017. Por fim, agradecemos imensamente aos inscritos no Concurso. Forte abraço!
ResponderExcluirHOJE É DIA 12 DE ABRIL DE 2019......NUNCA RECEBI O CERTIFICADO. giselamusik@yahoo.com.br GISELA PEÇANHA - POESIA CLASSIFICADA : ''BASCA''. MUITO TRISTE.
Tambem.
ExcluirNao recebi certificado
Queria solicitar, o certificado, não sei se chegou a ser enviado para alguém, mas não recebi. dihemesonf@gmail.com
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